O empate em 2 a 2 com o Athletico, nesta quarta-feira, evidenciou novamente o que o Palmeiras de Abel Ferreira deixa claro a cada jogo importante: independentemente do adversário ou do local, vai ser um time muito difícil de ser batido.
Não haveria prova maior disso do que as dificuldades que o time impôs ao Chelsea na final do Mundial. Mas o empate no jogo de ida da Recopa Sul-Americana veio justamente com uma das marcas desse Palmeiras, que é de lutar e acreditar até o fim. O gol de Raphael Veiga, de pênalti, no último lance do jogo, reforça a tese.
Sem Gustavo Scarpa, Abel optou por povoar um pouco mais o meio de campo, com Jailson, Atuesta e Danilo formando o setor, junto com Raphael Veiga, o mais avançado deles, que muitas vezes também fazia um papel de falso 9.
A escolha deu certo, e o Palmeiras conseguiu dominar as disputas naquela região do campo, neutralizando a armação do Athletico.
Por outro lado, a equipe sofreu mais uma vez com a sua principal deficiência na temporada: as bolas aéreas defensivas. Foi assim que o Furacão abriu o placar, com Terans, e criou mais duas ótimas chances para marcar.
O problema já vem de outros jogos, inclusive com a dupla de zaga titular, custou um gol na final do Mundial, mais uma na Recopa e muitos lances de perigo.
Contra um time que se defende tão bem, essa é justamente uma maneira que as equipes encontram de entrar na defesa do Palmeiras. E têm conseguido sucesso dessa forma. Nesta quarta, Kuscevic e Murilo foram os responsáveis pelo setor defensivo.
Fora isso, o Athletico não conseguiu levar grande perigo a Weverton. Foram poucas chances criadas, apesar dos dois gols marcados.
O Palmeiras também não foi brilhante no setor ofensivo. Raphael Veiga, Dudu e Rony, o trio do qual os torcedores esperam muito, produziu pouco. Eles apareceram em lances isolados, mas não foram constantes e nem deram ritmo ao ataque.
Mesmo assim, a equipe criou o suficiente para vencer. As entradas de Wesley e Gabriel Veron no segundo tempo deram mais velocidade e deixaram o ataque mais vertical e incisivo. A produção ofensiva subiu com os dois.
O pênalti já nos acréscimos foi um merecido prêmio para o Palmeiras, que buscou atacar até o fim. Como disse Abel Ferreira após a partida, o empate foi justo pelo que os dois times criaram.
O Palmeiras deixa Curitiba com um empate com sabor de vitória pelas circunstâncias da partida, os desfalques da equipe e pela forma como o resultado se desenhou. A atuação não foi brilhante, mas há o que se comemorar.
Por outro lado, é preciso corrigir os problemas defensivos com a bola aérea o mais rápido possível.
Na próxima quarta o Palmeiras terá mais uma decisão. É impossível garantir que o título virá. Mas o torcedor pode ir ao Allianz Parque com a certeza que sempre vai ser muito difícil desse time ser batido.