Em entrevista coletiva com a presença de toda a diretoria na manhã desta sexta-feira, a Chapecoense comunicou aos torcedores que o pedido de recuperação judicial na 1.ª Vara Cível da Comarca de Chapecó (SC) foi deferido.
“A Chapecoense padece de uma grave doença, temos uma doença muito grave, estamos vegetando. Infelizmente, para toda doença grave, o remédio é amargo. E, muitas vezes, precisamos ousar com tratamentos especiais”, disse Luiz Peruzzolo, vice-presidente administrativo e financeiro.
O momento financeiro do clube é bastante delicado, com uma dívida que passa os R$ 100 milhões. De acordo com a Chapecoense, a recuperação judicial foi a última solução encontrada para colocar a casa em ordem.
A solicitação da Chapecoense foi atendida pelo juiz Ederson Tortelli, determinando para os próximos seis meses a “suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor”, a “suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial” e “proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência”.
A crise financeira do clube refletiu dentro de campo no ano passado, quando a Chapecoense fez uma campanha pífia no Campeonato Brasileiro e foi rebaixada para a Série B com apenas 15 pontos somados – com uma só vitória – em 38 partidas.
A Chapecoense é o primeiro clube do futebol brasileiro a conseguir recuperação judicial. Em dezembro do ano passado, a Justiça Estadual de Santa Catarina homologou o plano de recuperação extrajudicial do Figueirense.