Morreu, na madrugada desta terça-feira (15), o jornalista, escritor e cineasta carioca Arnaldo Jabor, aos 81 anos.
Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde dezembro após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
História
Nascido em 1940 na cidade do Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor é filho de um oficial da Aeronáutica e uma dona de casa.
Ele começou a carreira jornalística aos 22 anos n’O Metropolitano, jornal ligado ao movimento estudantil.
Já em 1967, dava seus primeiros passos como cineasta ao lançar seu primeiro longa metragem – o documentário “Opinião Pública”, sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.
Jabor participou da segunda fase do movimento do Cinema Novo, que, inspirado pelo neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa, se contrapôs às produções no estilo hollywoodiano da época e buscou levar às telas as questões políticas e sociais do país.
Com a repressão da ditadura militar, nos anos 70 os diretores apelaram para caminhos metafóricos e alegorias para continuar sua proposta sem serem pegos pelos censores.
No final de 1972, Jabor lançou uma de suas principais produções em vida – a adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues, “Toda Nudez Será Castigada”. O filme conta a história de Herculano, viúvo conservador que jurava jamais ter outra mulher, mas conhece e se apaixona por Geni, que trabalha como prostituta.
O filme foi a quarta maior bilheteria nacional daquele ano, e recebeu, no ano seguinte, o Urso de Prata no Festival de Berlim.
Outra produção que fez sucesso foi “Eu Sei Que Vou Te Amar”, lançado em abril de 1986, que conta a história de um casal recém-separado após seis anos de união, e marcam de se reencontrar após três meses sem se ver. A obra foi selecionada para a mostra principal do Festival de Cannes, concorreu na categoria de melhor filme, e rendeu o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres.
Na década de 1990, durante o governo Collor, Jabor se dedicou ao jornalismo mais ativamente. Estreou como colunista do jornal O Globo, e posteriormente levou a coluna para a televisão, na Rede Globo, onde fez sucesso com aparições no Jornal Nacional, Bom dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e Jornal da Globo.
Neste último, inicialmente, em 1991, dividia uma coluna de um minuto às segundas, quartas e sextas, com os jornalistas Paulo Francis e Joelmir Beting. Nos anos 2000, passou a apresentar a coluna sozinho.
“Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervenções “apimentadas” na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos críticos”, relembra o site oficial de Jabor.