Um aviso formal enviado pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para o Ministério da Saúde alertou para o baixo estoque de dipirona injetável. O risco de desabastecimento é consequência da desistência da indústria farmacêutica de produzir a medicação por conta da alta dos insumos.
No ofício do Conasems, há um apelo para que o Ministério da Saúde tome alguma medida para evitar o desabastecimento. “Vimos perante V. Sa. solicitar ações urgentes deste Ministério da Saúde para intensificação da regulação do mercado e uma articulação forte com o setor farmacêutico para que possamos ter acesso garantido e a oferta regular e sustentada destes tratamentos”, se posicionou o conselho.
O uso hospitalar da dipirona é muito alto e de difícil substituição no Brasil, disseram gestores do SUS que se posicionaram sobre o tema. O presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, alegou dificuldade para conciliar a distribuição do remédio com os prejuízos sofridos pela indústria farmacêutica, que é representada por ele. “Houve uma grande demanda pelo medicamento na pandemia e o preço dos insumos aumentou muito, além do frete e da ampola. A gente até pensou que o frete diminuiria com o controle da pandemia, mas não ocorreu”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou que há pedido de reajuste do preço da dipirona. No Brasil, os preços são regulados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que é um órgão federal interministerial.