Olimpíada Mirim de Matemática terá alunos do 2º ao 5º do fundamental

Imagem: Tânia Rêgo

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) lançou a Olimpíada Mirim, que vai abranger alunos do segundo ao quinto anos do ensino fundamental. Com isso, fica extinta a OBMEP Nível A, criada em 2018 pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), para alunos do quarto e quinto anos do ensino fundamental. A Olimpíada Mirim será dividida em dois níveis: Mirim 1 (2º e 3º anos do ensino fundamental) e Mirim 2 (4º e 5º anos do ensino fundamental). Essa é a primeira competição matemática a incluir alunos tão novos.

Segundo afirmou hoje (19) à Agência Brasil o coordenador-geral da OBMEP, Claudio Landim, diretor adjunto do Impa, a ideia de criar a OBMEP Mirim “é atacar os anos iniciais que são hoje onde tem um grande gargalo do ensino da matemática no Brasil, porque essas turmas recebem aulas de pedagogos que não aprendem muita matemática, muitos deles não gostam de matemática”.

As inscrições para participar da Olimpíada Mirim são gratuitas e poderão ser feitas pelas escolas públicas municipais, estaduais e federais de todo o Brasil e secretarias municipais de Educação no site da OBMEP, a partir de 2 de maio. O prazo terminará no dia 16 de junho. “Nós vamos distribuir as provas da primeira fase virtualmente”, disse o diretor adjunto do Impa.

Caberá às escolas imprimir, distribuir e aplicar as provas a seus alunos. Landim lembrou que as secretarias municipais podem ajudar fazendo a impressão das provas e distribuindo-as para as escolas. Todos os alunos inscritos farão a prova, na primeira fase, em uma única data, que é o dia 30 de agosto.

“Nessa fase, todos os alunos inscritos participam. A diferença com relação à prova tradicional é que as escolas não recebem a prova impressa e vão ter que imprimi-la”, explicou o coordenador-geral. As escolas corrigirão as provas usando as tabelas com respostas corretas enviadas pelo Impa. Cada escola classificará nos dois níveis (Mirim 1 e Mirim 2) 10% dos alunos para participarem da segunda fase.

Descentralização

Nessa segunda etapa, o Impa enviará às escolas a prova já impressa, com questões de múltipla escolha, como na primeira fase, e também acompanhada do gabarito. A prova será aplicada no mesmo dia em todo o Brasil. A data escolhida foi 11 de outubro. “O que a gente espera é que as escolas mandem à OBMEP os resultados com as notas dos alunos que fizeram a segunda fase e a gente vai sugerir premiações, como medalhas de ouro para quem tirar acima de uma determinada nota”.

Claudio Landim destacou que essa será somente uma indicação, uma vez que caberá às escolas e secretarias municipais escolher a forma de premiar seus alunos vencedores da OBMEP Mirim. “A escola tem a liberdade de premiar quem ela bem entender”. O sistema de premiação é totalmente descentralizado, informou Landim.

Junto com a prova de matemática, há uma série de atividades acadêmicas, em particular produção de material didático. “A partir de agora, a gente vai estar produzindo material para os anos iniciais de matemática, sempre com a ideia de que matemática pode ser divertida e, nesses primeiros anos, que ela pode ser lúdica. O que a gente espera é, ao longo dos anos, constituir um material didático que possa ser utilizado em sala de aula pelos professores, com problemas, desafios, mágicas”, expôs o coordenador-geral da OBMEP. A iniciativa constitui mais um passo em direção à melhoria da qualidade da educação básica no país.

Na OBMEP Mirim, não há intenção de imediato de fazer nenhum programa de formação de professores, como já existe na OBMEP do ensino médio. Mas dependendo do orçamento, isso estará no radar do Impa para os próximos anos, admitiu Claudio Landim.

O regulamento da OBMEP Mirim será disponibilizado em breve. A 1ª Olimpíada Mirim é uma realização do Impa, com apoio da B3 Social, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A competição é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pelo Ministério da Educação (MEC).

Edição: Valéria Aguiar

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